18 de março de 2000

“João Ubaldo Ribeiro”

2000-03-18
VILAS BOAS, Sergio, “João Ubaldo Ribeiro — o escritor carioca-baiano tenta conciliar duas metades de um Brasil cada vez mais incompreensível”, Leitura de Fim de Semana, Gazeta Mercantil, 18 e 19 mar. 2000, p. 2.

SVB: “... especulações sobre a identidade brasileira. João Ubaldo costuma ser enfático quanto a isso. Certa vez, durante seminário na Alemanha, surgiu o ‘problema’ da identidade brasileira. Problema? O fato é que a conversa não acabava".

JUR: “Quando chegou a minha vez, eu disse: ‘No Brasil não temos esse problema’”.

SVB: "Os interlocutores, alemães, principalmente, ficaram intrigados".

JUR: “’Nós temos isso aqui’, eu disse, mostrando meu RG”.

SVB: "O debate terminou ali. Mas não as discussões acadêmicas, jornalísticas, especulativas, botequinescas em torno de seu livro maior, Viva o povo brasileiro, publicado em 1984 e hoje na 19ª edição. Parece unânime que neste romance João Ubaldo tenha tentado compreender a formação do Brasil".

JUR: “Há realmente uma História, somos de fato herdeiros de alguma coisa, ou somos eternos construtores daquilo que a memória finge preservar, mas apenas refaz, conforme suas variadas conveniências, a cada instante em que vivemos?”.

16 de fevereiro de 2000

“Uma lição de vida"

2000-02-16
FERRAZ, Silvio, “Uma lição de vida — O escritor baiano conta como venceu o alcoolismo e fala da eterna luta entre a preguiça e o trabalho na hora de escrever”, Veja, 16 fev. 2000.

JUR: “A crítica me aborrece. São pessoas sem nenhum fundamento clássico, sem nenhuma base para entender literatura. Sem parâmetros, sem referências. Um jovem qualquer pega um Milan Kundera e já se acha capaz de elaborar uma crítica literária. E já sai dizendo que O sorriso do lagarto não passa de uma novela das oito. Ou seja, bobagens. O que me surpreende é a incapacidade de esculhambar com fundamento”.

6 de fevereiro de 2000

“Ocasião um pouco tensa”

2000-02-06
RIBEIRO, João Ubaldo, “Ocasião um pouco tensa”, O Globo, Rio de Janeiro, 6 fev. 2000.

JUR: “... depois de sentenciado por uma comissão de críticos literários, me amarrarão num poste a entrada da Academia, me darão um último cigarrinho, me vendarão os olhos com as folhas dos originais de meu último (último mesmo) livro e me despacharão desta para pior”.