27 de julho de 2011
Toca a mover!
Desenho de Karina Kuschnir, por ocasião do II International Urban Sketching Symposium, em Lisboa.
13 de julho de 2011
O mágico círculo da linguagem
"Um galo [de Barcelos] sozinho não tece uma manhã" (João Cabral de Melo Neto), a língua portuguesa, inculta e bela, o amor, os rios, o mar, Babel e os marcianos, os Dogon, Borges, os deuses pagãos e as segundas, terças e quartas feiras [de livros], o [des]Acordo Ortográfico, Nossa Senhora da Oratória. Uma imperial, s.f.f.
12 de julho de 2011
“A Língua Portuguesa deságua em delta”
8 a 17 de Julho de 2011, Lisboa.
Dia 13: Tertúlia - “A Língua Portuguesa deságua em delta”, sobre a escrita lusófona.
Mediador: Vergílio Alberto Vieira.
Com: José Luís Tavares (Cabo Verde), Luís Carlos Patraquim (Moçambique), Juva Batella (Brasil) e Rui Vieira (Portugal).
4 de julho de 2011
Como diria o Nabokov, “opiniões fortes”
“Se o discurso cultural brasileiro comporta
uma espécie de esquizofrenia latente devida à preocupação, afinal absurda, de
procurar uma identidade imaginária numa indianidade a posteriori, forma de recalcar o acto fundador português, o
discurso português sobre o Brasil é pura e simplesmente retórico e onírico.
Esse discurso sem qualquer conteúdo real está, há muito tempo, ritualizado em
formas convencionais. Para nós, portugueses, o Brasil é o país irmão,
designação que nos envaidece, naturalmente, mas que, no fundo, tem por objectivo esconder a relação de
origem que os brasileiros não estão interessados em evocar. O discurso
português sobre o Brasil, tal como o transmite uma longa tradição retórica e
historiográfica, incessantemente reescrita, é produto de uma pura alucinação da
nossa parte, alucinação que os brasileiros — há pelos menos um século — não
ouvem nem compreendem.”
Eduardo Lourenço, “Uma língua, dois
discursos”, in A nau de Ícaro e Imagem e miragem da lusofonia, São Paulo,
Companhia das Letras, 2001, p. 149.
3 de julho de 2011
No prelo...
O último carrinho de mão transportado pela Língua Portuguesa vinha cheio até à boca não de poesia portuguesa dos séculos XIII e XIV, que disso já não havia mais nada, mas de livros de autoajuda, com os títulos variando entre Como ser feliz em quarenta minutos e por vinte anos seguidos, Como alcançar o seu Eu Profundo em dez lições, Como modelar sobrancelhas, Como chegar à Paz Interior em sete semanas, Como continuar bonita após longas viagens, Como lembrar de seus sonhos, Como ser rico por dentro sendo pobre por fora, Como comer muita salada e ter poucos gases, Como falar inteligentemente de livros que nunca leu, Como entender a nomenclatura de aeronaves europeias, Como manter a autoestima tendo baixa altura, Como se manter distante dos livros de autoajuda, e outros, muitos outros.
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