28 de setembro de 2011
22 de setembro de 2011
A malta* querida e gigantesca deste Rio de Janeiro
13 de setembro de 2011
"Para acabar de vez com a leitura - Cânone, ou a vã glória de ler e escrever"
Outras Quartas - Para acabar de vez com a leitura
14 de Setembro de 2011, Chapitô, Lisboa.
"Cânone, ou a vã glória de ler e escrever".
Mediadora: Eurídice Gomes.
Com: Juva Batella, Maria do Rosário Pedreira, Miguel Real e Ricardo Duarte.
14 de Setembro de 2011, Chapitô, Lisboa.
"Cânone, ou a vã glória de ler e escrever".
Mediadora: Eurídice Gomes.
Com: Juva Batella, Maria do Rosário Pedreira, Miguel Real e Ricardo Duarte.
11 de setembro de 2011
As belas e deliciosas tretas internéticas
Muito se difundem as tretas, e ainda bem, porque vamos conhecê-las. Mas bem que valia sabermos serem as tretas tretas. Recebi esta, que achei impossivelmente maravilhosa. O texto que a acompanha é convincente. Diz que devemos lê-lo antes de assitir ao vídeo, diz que todas as bolas caem nos cones e que a "incrível máquina foi construída como um esforço colaborativo entre o Robert M. Trammell Music Conservatory e a Sharon Wick School of Engenharia (sic) da Universidade de Iowa, nos Estados Unidos da América". Estas instituições existem? Não consegui chegar a nenhum site oficial. Diz também que 97% dos componentes da máquina vieram da John Deere Industries and Irrigation Equipamentos de Bancroft, Iowa...". Um toque de absurdidade dá mais credibilidade à coisa... E, com alguma ênfase, o texto anexo ao vídeo diz que "a equipa gastou 13.029 horas entre setup, alinhamento, calibragem e ajustes", antes de filmar a maquininha em acção. E, para terminar, ficamos a saber que a máquina está agora "em exibição no Matthew Gerhard Alumni Hall", e que vai ser doada "ao Smithsonian".
Com trinta segundos de alguma pesquisa básica descobri que provavelmente a máquina é falsa. Digo "provavelmente" porque também não sei se é falsa a afirmativa de que a máquina é falsa, mas creio ser falsa a máquina (lindamente falsa) e ser verdadeira a afirmativa que diz ser falsa a máquina. Estou convencido, na verdade, de que mais bela é a máquina, mais belo o que ela faz, sendo a dita cuja uma criação total, sem nenhuma correspondente real. Pelos vistos, a máquina não existe mesmo. Não tem engrenagens e nem precisa de óleo, embora, acredito também, seja fruto de muito trabalho - um belo trabalho, e que deve ter demorado horas, muitas horas de dedicação. A máquina é ainda mais bela se considerarmos isso.
O site em que me baseei, aliás, especializou-se no descortinar das tretas internéticas que circulam por aí há tempos - tipo manga com leite e laranjas antes de dormir.
Vamos esquecer, então, a verdade e a mentira, e vamos ouvir, encantados, "A máquina"?
6 de setembro de 2011
"Masculinidade, obsessão e memorialismo na literatura" - Curso de Verão 2011
"América Latina Hoje" (Curso de Versão 4a.edição)
5 a 9 de Setembro de 2011, ISCTE-IUL, Lisboa.
Organização: Casa da América Latina; Centro de Investigação e Estudos de Sociologia e Instituto Universitário de Lisboa (CIES-IUL); e Instituto de Iberoamérica da Universidade de Salamanca.
Dia 7: Seminário 5 - "Masculinidade, obsessão e memorialismo na literatura", por Juva Batella (CLEPUL).
Organização: Casa da América Latina; Centro de Investigação e Estudos de Sociologia e Instituto Universitário de Lisboa (CIES-IUL); e Instituto de Iberoamérica da Universidade de Salamanca.
Dia 7: Seminário 5 - "Masculinidade, obsessão e memorialismo na literatura", por Juva Batella (CLEPUL).
1 de setembro de 2011
“Um estranho no sofá”
6. “Um estranho no sofá” (“Tratado
geral dos pais ciumentos — ou a ‘arte de
amarrar genros’"), Revista Lilica and Tigor,
São Paulo, set. 2011 (data aproximada).
Ser pai de duas miúdas bonitas (a minha opinião é isenta, não me
canso de repetir isto)… ser pai de duas miúdas lindíssimas, como eu dizia, tem
os seus percalços. Mais cedo ou mais tarde o tema dos namorados ou dos arremedos
de namorado acaba vindo à baila, e um pai, que é homem e conhece os homens,
deve saber como se portar para não passar por bobo e ciumento. A curiosidade
acerca do tema do namoro e do amor, e, na boleia disto (ou seja, na carona
disto), acerca do tema dos beijos na boca, é um impulso que funciona em ondas,
e os discursos das miúdas muitas vezes caminham no sentido contrário ao das
ações.
A minha filha Alice, que tem nove anos e é o máximo (eu já disse
isso?), não pode ouvir falar em beijo na boca, que vira o rosto e faz cara de
nojo, como se um beijo na boca fosse a coisa mais inconcebível para uma criatura
racional. Ao mesmo tempo, espicha o pescoço, mal conseguindo disfarçar a
curiosidade, quando me vê ao telefone a trocar torpedinhos com a minha
namorada, e quer porque quer saber o código de acesso do meu telemóvel (celular),
e quer porque quer saber o teor daquilo que eu tão marotamente escrevo no
telemóvel, fazendo cara de levado-da-breca.
A Clarinha, que tem quatro anos e é irresistível (isso eu ainda
não havia dito), diz a todos, mesmo que não perguntem (e falava o meu avô que não
existem perguntas indiscretas; existem é respostas indiscretas)… a Clarinha
anuncia aos sete cantos do mundo que tem dois namorados, um mais novo do que
ela (“… para eu ensinar a ele coisas, papá”), e outros mais velho do que ela (“…
para ele me ensinar coisas, papá”); diz que já beijou na boca várias vezes, manifesta
sempre a vontade de me dar a mim um beijo na boca; avisa que há pelo menos três
colegas da escola, da mesma idade, que querem ser o namorado dela; e diz que
eu, uma vez que sou brasileiro mas moro em Portugal, e portanto tenho amigos
dois lados do oceano, deveria ter, no mínimo, duas namoradas: uma aqui e outra
lá, diz ela (“… é bem melhor assim, papá; assim não ficas com saudades de
namorar…”).
Provavelmente, daqui a poucos anos, eu me verei na situação de
enfrentar estas duas miúdas novamente numa posição inversa: a Clara com esgares
de face diante de um beijo na boca flagrado numa televisão ou numa página de
revista, e a Alice, bem mais maliciosa daqui a alguns anos, a disfarçar melhor,
bem melhor, o seu interesse, mais real e mais cheio de perspectivas, diante da
possibilidade de ela mesma dar, nalgum dia, o seu primeiro beijo na boca. Não vou
agir como um amigo um dia me segredou, talvez a citar alguém e referindo-se aos
pretendentes da sua filha: “Divido-os em dois, meu caro Juva”, disse ele. “Aqueles
que eu detesto e aqueles que eu desprezo.” Não. Tentarei ser bem mais civilizado:
vou amarrá-los numa cadeira e pedir que jurem, de pés juntos (e isso vai ser
fácil, porque os pés estarão amarrados a um pé da cadeira)… vou pedir que jurem
que jamais se deixarão amarrar em cadeiras por um pai-de-princesas ciumento e
bobo.
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