16 de novembro de 1989

“Ciências versus religião na Bahia de João Ubaldo”

1989-11-16
MARETTI, Eduardo, “Ciências versus religião na Bahia de João Ubaldo”, Caderno 2, Leitura, O Estado de S. Paulo, São Paulo, 16 nov. 1989, p. 4.

EM: “A literatura fortemente enraizada na cultura de uma nação é (...) aquela que as gerações contemplam, independentemente da ‘atualidade’ de seu conteúdo e/ou de sua forma, como se contemplassem a si mesmas, seus fantasmas, mitos, arquétipos. Sua cultura. (...)".

EM: “Entre os escritores que podem ser considerados importantes na cultura particular da nação baiana, Jorge Amado e João Ubaldo Ribeiro se inserem como fundamentais”.

15 de novembro de 1989

“O paraíso perdido"

1989-11-15
LEITE NETO, Alcino, “O paraíso perdido — João Ubaldo Ribeiro põe em xeque a espécie humana”, Livros, IstoÉ Senhor, 15 nov. 1989, p. 126-127.

JUR: “A teoria cadaveriza as coisas”.

12 de janeiro de 1989

“João Ubaldo indaga sobre a alma humana"

1989-01-12
CARVALHO, José Reinaldo, “João Ubaldo indaga sobre a alma humana — No dia 21 de dezembro, primeiro do verão, o escritor João Ubaldo Ribeiro recebeu a reportagem da Classe na ilha de Itaparica (Bahia), ‘a terra mais brasileira que existe’, como diz um de seus personagens. Mais do que uma entrevista, o encontro com o criador de Sargento Getúlio e Viva o povo brasileiro foi um papo ameno, num banco da praça da Quitanda, num intervalo entre a cotidiana pescaria e o diurno trabalho para terminar o seu novo livro, O sorriso do lagarto, prometido para este ano”, A Classe Operária, 12 a 25 jan. 1989.

JRC: “Você acha que em Viva o povo brasileiro descobriu a alma do povo brasileiro? Foi isso que você perseguiu?"

JUR: “... eu tive o cuidado de evitar isso. Eu não me oponho a que se diga isso, nem acho ofensivo dizer que eu descobri a alma do povo brasileiro, mas não foi essa a minha intenção. (...) eu imagino que o leitor possa sentir isso, depois de ter lido o livro achar que compreendeu o povo, sua alma no sentido de entender a sua maneira de ser (...). Mas a expressão ‘alma do povo’, ‘espírito do povo’, é uma expressão associada com o nacionalismo de direita. Quer dizer, é a expressão Volk Geist em alemão, muito usada pelo nazismo, que quer dizer precisamente isto — espírito do povo. Eu não pensei nunca num negócio nacionalista. Eu fiz uma coisa sobre minha comunidade”.

1 de dezembro de 1988

“Do Brasil... e de Portugal"

1988-12-01
OLIVEIRA DIAS, Domingos de (EUA), “Do Brasil... e de Portugal – ouvindo João Ubaldo Ribeiro”, Letras e Letras, n. 12,  1 dez. 1988 (sobre palestra de João Ubaldo no Centro de Estudos Luso-Brasileiros da Universidade de Brown).

JUR: “De facto, não há nada que eu possa fazer pelo meu país senão escrever em ordem a denunciar e a clarificar, ou (e pede desculpa pela tautologia) seja: identificar a nossa identidade”.

8 de maio de 1988

“Itaparica, o sorriso de João”

1988-05-08
GIRON, Luís Antônio, “Itaparica, o sorriso de João”, O Estado de S. Paulo, São Paulo, 8 mai. 1988.

JUR: “Não acredito em entidades mitológicas como África e América Latina. Não passam de categorias redutoras para facilitar o colonialismo”.

28 de novembro de 1987

“A odisseia do lobo da ilha"

1987-11-28
MORAES NETO, Geneton de, “A odisseia do lobo da ilha — João Ubaldo Ribeiro traduz Viva o povo brasileiro para o inglês e prepara um novo romance, O sorriso do lagarto”, Entrevista, Caderno Ideias, Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 28 nov. 1987.

GMN: “O Brasil é um país que vive uma crise crônica de identidade. Escrever livros como Viva o povo brasileiro é uma maneira de exorcizar essa crise?".

JUR: “Você já coloca uma premissa sobre a crise de identidade. Acontece que não acho que o Brasil viva uma crise de identidade permanente. (...) Não escrevi pensando na identidade nacional nem em coisa nenhuma. Eu escrevi, simplesmente. E o que resultou? Uma outra coisa. Não sei o que é. Não é uma tentativa de entender o Brasil. (...) Eu poderia mentir a você abundantemente sobre o que resultou a partir do que os outros escreveram e pensaram. Mas é só um romance”.

30 de maio de 1987

“O jovem João Ubaldo, raivoso”

1987-05-30
AIDAR, José Luiz, “O jovem João Ubaldo, raivoso”, Jornal da Tarde, São Paulo, 30 mai. 1987.

JLA: “O Brasil, para ele, é país desconhecido".

JUR: "Se você ouvir o depoimento de um nordestino a respeito do que acontece no interior do Maranhão, no interior do Piauí, no interior da Bahia, no interior de Sergipe, você pensa que realmente ele está inventando coisas, inclusive porque esse tipo de coisa é encorajado. A descrença em torno desse tipo de depoimento é encorajada porque, no tipo de situação que vivemos hoje em dia, não se quer saber da existência, por exemplo, de focos de rebeldia (entrevista de 1977)”.