1984-12-19
CASTELLO, José, “Com os olhos do povo — O escritor João Ubaldo e seu novo romance”, IstoÉ, São Paulo, 19 dez. 1984.
Jorge Amado:
“Ele é desses escritores que cansaram de tratar o povo de cima para baixo e
passaram a deixar que ele agisse livremente em seus livros”.
JC: “Em Salvador, na
segunda metade dos anos 70, os dois [João Ubaldo Ribeiro e Glauber Rocha]
costumavam ir juntos à casa de Jorge Amado para noites intermináveis de
conversa fiada. (...) Ubaldo terminou Viva
o povo brasileiro uma semana antes de Amado colocar o ponto final no recém
lançado Tocaia Grande. Absorvidos
cada um por seu trabalho, telefonavam-se com frequência no fim da noite para
trocar ansiedade e impasses”.
JC: “Márcio [Souza] pensa que literariamente o que
os une é terem Jorge Amado como pai. ‘Encaramos a literatura como profissão,
escrevemos para os leitores e tentamos ouvir a fala popular', explica. ‘Somos os
herdeiros de Jorge Amado.' Mas Ubaldo, graças a seu irresistível humor,
consegue dar um passo à frente. ‘Ele é o único escritor que conheço que penetra
na cabeça popular sem apresentar o povo com um bando de criaturas angelicais’,
justifica Márcio [acerca de Ubaldo]”.
FERRAZ, Geraldo Galvão, “Uma festa para os sentidos: um livro feito de sabores, aromas, cores”,
IstoÉ, São Paulo, 19 dez. 1984 [matéria interna].
GGF: “E
não deixa Viva o povo brasileiro de
ter o seu lado de condenação das injustiças e denúncia dos opressores dos
pequenos heróis que construíram a consciência nacional (da mesma forma que
Jorge Amado, em seu recente Tocaia Grande,
exalta os artífices dessa história que não é a oficial)”.
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