"Jogada no campo estava desde faz tempo uma Flauta que já ninguém tocava, até que um dia um Burro que passeava por ali soprou forte nela fazendo-a produzir o som mais doce de sua vida, quer dizer, da vida do Burro e da Flauta.
Incapazes de compreender o que tinha acontecido, pois a racionalidade não era o seu forte e ambos acreditavam na racionalidade, se separaram rapidamente, envergonhados do melhor que um e outro tinham feito durante toda a sua triste existência."
Augusto Monterroso, "O Burro e a Flauta", in A ovelha negra e outras histórias, trad. Millôr Fernandes, Rio de Janeiro, Record, 1983.
Monterroso é muito bom! bj.
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