TEXTO SEM DATA
SÉRGIO, Renato, “João Ubaldo Ribeiro — Um personagem que esqueceu de se incluir num dos seus oito livros, desde o primeiro, Setembro não tem sentido, escrito na flor dos vinte anos — agora reeditado —, até Viva o povo brasileiro, aos 40. E já pensando no próximo: O sorriso do lagarto. Frase padrão: ‘Baiano não nasce, estreia’”, Revista Ele Ela, texto sem data.
JUR: “Glauber foi um gênio da nacionalidade, o maior cineasta nacional, isso todo mundo tem de engolir, pra começo de conversa. O único que construiu uma linguagem autônoma que resolveu a necessidade de comunicar de tal maneira que forma e conteúdo estivessem integrados na específica situação brasileira. Claro que sofria influência, e até profunda, de Jean-Luc Godard. Mas sua briga foi muito mais difícil, porque Glauber sempre esteve ameaçado de perder e só não perdeu porque tinha uma tal potência intelectual, uma tal pujança de imaginação e uma tal habilidade de viver — contraposta a uma proverbial inabilidade de viver —, que permitiram que ele continuasse naquela briga de foice no escuro. E ele continuou, porque brasileiro prefere Godard, prefere Bergman, prefere Kurosawa, prefere qualquer coisa, desde que não seja da gente. (...) Assim, no limite do que se poderia chamar ‘a loucura de Glauber’, ele produziu uma linguagem brasileira, sem xenofobias”.
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